Dicas para evitar lesões com o skate
Toda prática esportiva, quando realizada sem orientação e proteção, pode resultar em lesões. A afirmação, quase recitada em uníssono por médicos e preparadores físicos, se aplica, especialmente, aos esportes radicais, como o skate. Os praticantes da modalidade admitem as contusões, mas revelam que, seguindo as recomendações de segurança, os treinos podem ser mais seguros que em outros esportes.
Na opinião do skatista e empresário Walter Júnior, 28 anos, a maioria dos acidentes que ocorre na modalidade é motivada pela soberba do praticante. “Quando o cara pensa que já sabe andar muito, acaba se acidentando. É preciso conhecer seus limites e superá-los em etapas”, orienta. Para ele, o importante é, antes de mais nada, aprender os fundamentos básicos para depois tentar outras manobras.
Quinto colocado no ranking nacional de 2009, na modalidade downhill longboard — skate com tamanho maior que o tradicional —, Júnior revela que sua contusão mais grave foi no ombro direito, deslocado após uma queda forte. O problema acabou se tornando crônico, pois o atleta não sentia segurança na prática, além de um certo desconforto. A solução foi recorrer a uma intervenção cirúrgica. “Eu sempre recomendo aos meus amigos que sofrem contusões: procurem um médico e não tenham medo da cirurgia. Hoje, meu ombro operado é melhor que o outro”, brinca.
O skatista Célio Silva, 30 anos, acredita que o maior causador de acidentes no esporte é a falta de atenção. “Quando você está iniciando, pensa que pode tudo, mas não é bem assim”, diz. Silva conta que já teve um problema de inflamação aguda no joelho. Um acidente o deixou cerca de um ano e meio sem treinar. Voltou ainda contundido e se machucou de novo, no mesmo local. Quando decidiu procurar o médico, foi preciso retirar seis seringas de líquido sinovial — a popular “água no joelho” — da região. “Além de inchado, o joelho estava um pouco inflamado. Se tivesse demorado mais, poderia ter dado alguma complicação mais séria”, lembra.
Controvérsia
Em um dos pontos de encontro mais tradicionais dos skatistas da cidade, o Setor Bancário Sul, Gabriel Zago, de 19 anos, treina manobras elaboradas. Mas foi em um simples salto que ele se acidentou feio. Certa vez, descia uma plataforma e, na tentativa de fazer uma manobra básica, caiu com o pé torto. Resultado: um entorse no tornozelo, que lhe rendeu dois meses de gesso e três de fisioterapia. Ele alega que quando voltou aos treinos sentiu seus movimentos limitados e levou algum tempo para melhorar. “Tentava virar o pé, mas não sentia segurança”, relata. Zago acredita que os equipamentos de segurança ajudam a dar mais tranquilidade aos skatistas. “Para quem está começando é fundamental.”
Cético, Samy Souza, 21 anos, não acredita nos benefícios das proteções. Para ele, os equipamentos limitam muito os movimentos. “Os acidentes só ocorrem por medo. Você não pode cancelar uma manobra na metade dela. Se começou, tem que ir até o fim.” No momento, Souza está longe das pranchas por conta de uma lesão nos ligamentos do joelho direito. “Dói muito, até para caminhar”, reclama.
A importância dos equipamentos
“Todo mundo sabe que precisa usar, mas quase ninguém usa. Isso é um erro”, constata o ortopedista Hugo Quirino, referindo-se aos equipamentos de proteção para skatistas. De acordo com ele, tornozelo, joelho e punho são as três partes do corpo em que os praticantes da modalidade mais sofrem lesões. “Geralmente, as contusões deles são pequenas entorses ou fraturas. Mas algumas necessitam de intervenção cirúrgica”, ressalta o médico.
Para ele, um dos equipamentos mais importantes é o protetor de punho, conhecido como wrist guard. “Quando o skatista cai, a tendência é tentar proteger o corpo com os braços. Com isso, as lesões no punho, como luxações e torções, acabam se tornando comuns.”
Os custos
Confira o preço médio dos equipamentos de segurança
Capacete: R$ 60,00
Cotoveleira: R$ 40,00
Joelheira: R$ 30,00
Protetor de pulso: R$ 20,00
Onde praticar
Confira alguns locais recomendados pelos skatistas para os treinos das modalidades street e downhill.
Street
» Setor Bancário Sul (em frente à Galeria dos Estados)
» Skate Park Ceilândia (Praça dos Eucaliptos – QNM 14)
» Skate Park Núcleo Bandeirante (Terceira Avenida, próximo à biblioteca regional)
» Skate Park Riacho Fundo (ao lado da Feira Permanente)
» Skate Park São Sebastião (próximo à 30ª DP)
Downhill
» Ermida Dom Bosco (QI 29 - Lago Sul)
Recomendações de segurança
» Antes de começar a praticar, faça um bom alongamento.
» Utilize as proteções: capacete, joelheira, cotoveleira e protetor de pulso.
» Aprenda os fundamentos básicos primeiro, como remar e frear.
» Respeite seus limites. As manobras mais complicadas demandam tempo e treino.
Fonte: SUPER ESPORTES
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